sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Traduzindo: Hummm... Yummy... delícia.

Adoro quando a vida nos apresenta a uma pessoa que te apresenta a várias outras.
Marianna Tavares cruzou minha história durante um churrasco na casa de um grande amigo em comum e descobrimos que algo nos fascina, a gastronomia.

Além de ser cozinheira de mão cheia, um amor de pessoa, ela traduz do inglês para o português alguns dos programas de gastronomia mais famosos da TV. Formada em Direito pela PUC/RJ,  em 2000 fez o curso de formação de tradutores do prof. Daniel Brilhante de Brito. Começou a carreira de tradutora como estagiária na Gemini Media e desde então traduz filmes, reality shows, documentários, mas principalmente programas de culinária como o de Nigella Lawson e Gordon Ramsay, além de Jamie Oliver e G. Garvin.

Não disse que a tradução seria em sons!?

Stella: Você é tradutora há muitos anos em uma reconhecida empresa do ramo, atualmente trabalha com programas de TV de muito sucesso na área da gastronomia, como surgiu esta oportunidade?
Marianna:  Sempre amei cozinhar. Minha avó materna foi a melhor cozinheira que eu conheci. Eu me lembro do cheiro da casa dela até hoje. Quando ela faleceu, em 1982, eu tinha 9 anos e fiquei arrasada. Então, aprender a cozinhar foi uma forma de ter sempre a minha avó comigo. Guardar comigo uma parte dela. Cozinho desde os 9 anos de idade e assisto todo e qualquer programa que apareça, assistia desde Ofélia até Great Chefs (do antigo canal Superstation, eu acho), Frugal Gourmet, Ana Maria etc. A oportunidade de traduzir programas de culinária surgiu quando apareceu o 1º programa lá na Gemini. Assim que a minha chefe falou que havia chegado um programa de culinária, eu pedi para fazer, e faço até hoje.

Stella: Qual é seu chef favorito na TV?
Marianna: Meu chef favorito? Bem, eu amo a Nigella, o Jamie, Anna Olson e muitos outros. Mas o maior artista para mim se chama Guy Rubino. Ele é um chef canadense genial, faz culinária de alta classe. Além de dominar a arte da culinária, o cara tem um senso de estética fantástico. Faz pratos lindos e harmoniosos.

Stella: Qual chefe combina mais com a sua personalidade?
Marianna: O chef que mais combina com a minha personalide? Fácil. Nigella Lawson all the way!


Stella: Qual é seu restaurante preferido?
Marianna: Meu restaurante preferido? Hmmm olha, como eu moro em Campinas tem pouco tempo, não tenho nenhum preferido aqui. Mas no Rio de Janeiro são diversos. Um dos que eu mais amava lá era o Locanda Della Mimosa, do chef Dânio Braga. Fui poucas vezes, mas me marcou muito.


Stella: O que é comer bem na sua opinião?  
Marianna: Comer bem para mim não significa comer apenas pratos finos. Acho que isso faz parte da experiência gastronômica, mas não a define. Comer bem é comer algo delicioso, feito com cuidado, por quem tem prazer de cozinhar. É comer algo que você está louco para comer faz tempo, pode ser um risoto divino ou uma coxinha de galinha. Comer bem é saber apreciar a comida e valorizar a pessoa que a preparou, seja ela a sua empregada, sua esposa ou marido, ou uma vovó querida que vai ficar para sempre com você.

Pedi uma receita para compartilhar com vocês que ela adore fazer e comer. Vamos lá.

Panquecas Americanas


Ingredientes:
3 ovos grandes
1 xícara de leite (240ml)
1/3 xícara de manteiga derretida
1 colher de chá de baunilha
1 ½ xícara de farinha de trigo
3 colheres de sopa de açúcar
uma pitada de sal
uma pitada de noz-moscada
uma colher de chá de fermento
óleo para fritar
Preparo:
Separe as claras das gemas. Reserve as claras. Misture as gemas ao leite, com a manteiga e a baunilha. Misture os ingredientes secos (farinha, açúcar, sal, noz-moscada e fermento.)
Bata as claras em neve. Misture os líquidos aos secos. Misture as claras com cuidado.
Frite as panquecas em pouquíssimo óleo. Uma concha rasa para cada panqueca. Sirva com manteiga, mel, cream cheese ou calda Butterscotch.


Calda Butterscotch da Nigella (adaptada)

Ingredientes:
¾ de xícara de Karo (cerca de metade de um pote de 360g)
¾ de xícara de açúcar mascavo
1 dose de uísque ou Drambuie (é melhor)
2 colheres de chá de baunilha
uma caixa de creme de leite
Preparo:
Numa panela despeje o Karo e o açúcar. Deixe ferver e derreter até borbulhar bastante. Fique de olho no fogo para não queimar a calda. Acrescente a dose de uísque ou Drambuie e a baunilha, mexa um pouco. Acrescente a caixinha de creme de leite, mexa um pouco mais. Apague o fogo. Sirva com sorvetes, bolos ou panquecas.
OBS: é adaptada pq a receita da Nigella leva Golden Syrup, mas não temos isso aqui. O que chega mais perto é o karo, mel não.
 
Preparem a receita num domingo, reúna os amigos, abram um espumante e sirvam com suco de laranja ou pêssego. Comprem pães variados, queijos, cafézinho fresco e deixem o tempo passar.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Um Americano em Paris


An American in Paris é um filme de 1951 estrelado por Gene Kelly, achei interessante utilizar o nome da película como título porque as estrelas do post de hoje são ícones americanos e um destes foi deliciosamente degustado em Paris, sim, foi um dia muito desagradável em minha vida, risos.
A tradução para brownie significa "moreninho" pois vem da palavra brown ou marrom ,também há a versão platinada do bolo, blondie, que vem da palavra blonde ou loira.
No Bruschet Café, localizado na Place Dauphine em Paris (Metro Pont Neuf), experimentei um dos melhores brownies que já comi em toda minha vida. O sorvete de creme que o acompanhava estava pontilhado com maravilhosos e pequeninos grãos de baunilha. Aliás tudo estava ótimo, o café, o chocolate quente que era extremamente cremoso e saboroso.
Ao invés de postar uma receita de brownie, irei lhes passar uma receita de blondie, traduzida do site da Martha Stewart (blondies-with-chocolate-chips-and-walnuts), outra americana que certamente já esteve em Paris e que também é uma das personalidades mais conhecidas na terra do Tio Sam.

Ingredientes:

8 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida
1/2 xícara de açucar moreno claro
1/3 xícara de açucar cristal
1 ovo grande
1 colher de chá de extrato de baunilha
1 xícara de farinha
1 colher de chá de sal
1 xícara de gotas de chocolate meio-amargo
1 xícara de nozes picadas
Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C. Pincele a assadeira (retangular de 22x18cm) com manteiga. Forre a base da assadeira com papel manteiga deixando aproximadamente 4 cm de papel para fora da forma.
Numa vasilha grande, bata a manteiga e açúcares até a mistura ficar lisa e uniforme. Adicione o ovo e o extrato de baunilha, misture novamente. Coloque a farinha e o sal e bata somente o necessário para incorporar os secos a mistura, não bata demais senão o bolo ficará pesado. Despeje metade das gotas de chocolate e nozes à mistura e mexa novamente. Coloque a massa na assadeira previamente preparada e jogue o restante do chocolate e nozes por cima.
Asse por 40 a 45 minutos na temperatura de 180°C, até o bolo ficar com a parte de cima dourada e insira um palito de dente no centro para verificar se a massa já está cozida. Se o palito sair limpo o bolo estará pronto. Espere esfriar completamente antes de desinformar, após frio, com cuidado vire a assadeira numa tábua e corte em quadrados. 
Sirva-se de um copo de leite gelado e bon-appétit!   
Até o próximo post, um abraço.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Fondue e o beijo.

A tradição dos suíços em comer muitos queijos, pães, confitures de frutas e batatas vem do costume de antigamente quando não havia supermercados e lojas de conveniência. Tudo que era produzido nas respectivas estações do ano com temperaturas mais amenas, iria para as caves, uma espécie de porão, para ser armazenado e consumido nos demais meses.
Dia 30 de janeiro, é noite em Genebra e faz muito frio, talvez -6°C lá fora, dentro do apartamento em que estamos faz muito calor, calor humano. Nos reunimos no jantar para saborear um delicioso fondue.
Enquanto os queijos e o vinho branco derretem na panela no fogão, estamos fatiando pão recém saído do forno e preparando o réchaud. Voilà, tudo esta pronto, abrimos o vinho Les Murettes, da região do Valais, combinação perfeita com o queijo fundido envolto no pão.
Atualmente existem diversas receitas, algumas mais sofisticadas, mas a convencional, é tão simples e tão certa que só comendo pra entender. Segue abaixo uma receita tradicional de fondue.


Ingredientes:
450 gramas de Gruyère
450 gramas de Vacherin Fribourgeois ou Emental, caso não ache o outro.
350 ml de vinho branco seco e de boa qualidade
50 ml de kirsh
2 dentes de alho
4 col. de café de amido de milho
800 gramas de pão francês ou de campanha.
Preparação:
Gelar o vinho branco para acompanhar o fondue.
Preparar o queimador do rechaud com álcool gel. Só acender quando a fondue estiver pronta
Pão francês ou de campanha cortado em cubos.
Remova a crosta de queijo.
Corte em cubos o Gruyère e Vacherin Fribourgeois.
Descasque os dentes de alho e passe no fundo da panela de fondue generosamente.
Corte em pedaços 1 dentes de alho.
Misture o amido de milho com o kirsch
Na panela:
Colocar os cubos de gruyère, o alho picado e o vinho. Leve à ebulição mexendo sempre para não queimar o fundo.
Adicione o amido de milho diluido e baixe o fogo.
Adicione o Vacherin Fribourgeois ou emental em cubos e continue mexendo até o queijo fundir completamente.
Tempere com pimenta branca moida na hora e uma pitada de noz-moscada.
Sirva imediatamente.
Além do tradicional pão em cubos, uma idéia para diferenciar os acompanhamentos é a de servir picles de mini pepino, mini milho e mini cebola. Ao final, quando o fondue de queijo já estiver praticamente terminado, com o réchaud aceso, jogue um ovo inteiro e faça ovos mexidos. A sugestão é uma pratica comum na Suíça.
Qualquer pessoa que acidentalmente deixou cair seu pedaço de pão na panela de fondue tem a obrigação de beijar alguém. Risos.
Até o próximo post. Um abraço.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Quando aqui é calor, lá é frio!!!!

Meus caros leitores, após uma temporada de muito frio, retorno feito um picolé para esta "terra brasilis" maravilhosa. O roteiro de viagem foi o seguinte: Amsterdã, Londres, Genebra, Paris, Reims, Amsterdã novamente, e retorno ao Brasil. Claro que os pratos degustados são próprios para o frio, mesmo assim é meu dever compartilhar as minhas experiências, bem sucedidas ou não...... risos.
Não havia a possibilidade de comer em restaurantes nem com uma estrela Michelan ou seja, o "budget" era restrito, então na medida do possível vou dar as minhas dicas.
Um dos ícones gastronômicos de Amsterdã é a "vlaamse frites" ou batatas fritas ao estilo belga. Faz mal para o colesterol, para o regime, mas é irresistível.

Infelizmente a bateria da câmera havia acabado, então estou utilizando a foto do site http://www.belgianfries.com/bfblog/
A primeira vista você vê uma montanha de batatas já pré-fritas e pensa será? Sim, experimente. Ao fazer o seu pedido o atendente (o mesmo que recebe o dinheiro, afinal não temos a vigilância sanitária brasileira por lá) saí por um instante do caixa e faz uma segunda fritura nas batatas, desta vez até elas ficarem levemente douradas e serve num cone de papel espesso com um molho que lembra maionese, mas eles chamam de molho para as frites. Alguns lugares tem uma variedade grande destes molhos. O costume é comer com o molho, ketchup e cebola em brunoise. 

Também outro fast food interessante na terra da rainha Beatriz é uma espécie de croquete apimentado da rede Febo, o Bami: feito com especiarias, galinha, margarina, macarrão, cebola fresca, couve fresca, alho frescos, legumes e pimentas secas.

Outro ícone é o arenque cru marinado servido com cebolas e picles de pepino. É muito saboroso, mas não é para todos os paladares. Combina mutíssimo bem com cerveja.

 
Foto: Clive Streeter
Também fiquei surpresa com a qualidade dos supermercados de Amsterdã, o Albert Heijn oferece saladas excelentes e frutas a preços baixos. Tudo está preparado para ser consumido, mesmo a qualidade dos talheres descartáveis é superior ao nosso. Ótima opção para pessoas que não gostam de fritura e não dispõem de muito dinheiro para utilizar numa refeição. Encontrei no site http://www.geheugenvannederland.nl/ esta graciosa propaganda comemorativa, a rede já modernizou sua logomarca, mas achei esta imagem um charme.

 

Próxima parada, Londres!
Um abraço.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Abóbora Deliciosa

Curiosidade histórica e macabra:
Diz a lenda que o antecessor direto das abóboras iluminadas vem da Irlanda do século XVIII, onde as tradições Celtas antigas permaneceram como uma parte significativa da cultura nacional. Um personagem popular nos contos folclóricos irlandeses foi Jack O'Lantern, um avarento de má reputação que fugia das maldições enganando o diabo (geralmente na Noite de Todos os Santos, em inglês, All Hallows' Even). Quando Jack finalmente morreu, foi rejeitado no céu devido a sua vida de pecados. Porém, o diabo também não levaria Jack. Ele foi amaldiçoado a viajar para sempre como um espírito no limbo. Assim que Jack deixou os portões do inferno, o diabo jogou para ele uma brasa para iluminar o caminho no escuro. Jack colocou a brasa em um nabo oco e saiu vagando. De acordo com a lenda irlandesa, você pode ver o espírito de Jack na Noite de Todos os Santos, ainda carregando sua lanterna de nabo pela escuridão. Atualmente o nabo se transformou em abóbora iluminada.
Crendices à parte, em acordo com trecho retirado do site da Embrapa e de autoria da pesquisadora Maria Aldete J. F. Ferreira: “As abóboras (C. moschata), morangas (C. maxima) e abobrinhas (C. pepo), espécies do gênero Cucurbita, da família Cucurbitaceae, são nativas das Américas e faziam parte da alimentação da civilização Olmeca, depois incorporadas pelas civilizações Asteca, Inca e Maia. Registros arqueológicos associam essas espécies ao homem há cerca de 10.000 anos.
Várias espécies cultivadas e silvestres são fundamentais em muitos aspectos da vida e da dieta humana, tanto pela versatilidade culinária quanto pela riqueza em carotenos e vitaminas. As fibras também contêm bioflavonóides, bloqueadores dos receptores de hormônios estimulantes do câncer, e esteróis que são transformados em vitamina D no organismo, estimulando a diferenciação celular.
A diversidade genética de Cucurbita existente nas Américas é ampla e os vegetais são encontrados em variadas cores, texturas, formas, tamanhos e sabores. No Brasil, espécies do gênero Cucurbita faziam parte da alimentação dos povos indígenas antes da sua colonização.”
Tenho um caso de amor com as abóboras já faz algum tempo, tudo culpa da minha avó que fazia um delicioso quibebe, doce de abóbora cremoso com coco, doce de abóbora em compota. Depois descobri a delícia italiana do Raviolli di Zucca, salteado com manteiga aromatizada de sálvia, simplesmente perfeito. As maravilhas de jerimum do nordeste, a versatilidade desta leguminosa é imensa. Fiz uma receita que adoro, risoto de abóbora, vou compartilhá-la com vocês. Esta é uma receita grande para fazer o risoto. Você quer que ele seja suave e cremoso. Sirva com camarões grandes salteados ou com carne seca acebolada, acompanhado de um bom vinho chardonnay gelado.

Ingredientes para 6 porções:

Cerca de 1,1 litros de caldo (frango ou legumes, conforme preferência)
1 colher de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de azeite
1 cebola grande picada finamente
2 dentes de alho picadinhos
400g de arroz tipo italiano para risoto
270g de abóbora cabotchã ou japonesa
2 taças de vinho branco seco
sal e pimenta do reino moída na hora
70g manteiga
115g queijo parmesão ralado fresco
Preparação:
1-Aqueça o caldo. Em uma panela aqueça o azeite e manteiga, adicione a cebola, o alho e frite lentamente por cerca de 5 minutos sem coloração. Quando os vegetais estiverem tenros, adicione a abóbora e aumente o calor.
2-A abóbora começará a fritar levemente, continue mexendo. Depois de alguns minutos começará a desmanchar levemente, adicione o arroz e continue mexendo por mais um minuto até que ele ficará levemente translúcido. Adicione o vinho e continue mexendo. Qualquer sabor forte do álcool irá evaporar e deixar o arroz com uma essência saborosa.
3-Assim que o vinho tenha evaporado quase que completamente, adicione a primeira concha de caldo quente e uma boa pitada de sal. Reduza o calor para que o arroz não cozinhe muito rapidamente no exterior. Mantenha constante a adição de caldo, mexendo e quase massageando o creme de amido de arroz, permitindo que cada concha seja absorvida pelo arroz antes de acrescentar a seguinte. Isso levará cerca de 15 a 20 minutos. Prove o arroz - está cozido? Continue adicionando caldo até que o arroz esteja macio, mas com uma leve “crocância”. Não se esqueça de verificar o tempero cuidadosamente. Se você acabar com o caldo antes do arroz estar completamente cozido, adicione um pouco de água fervente.
4-Retire o risoto do fogo e adicione a manteiga e o parmesão. Mexa bem. Coloque uma tampa na panela e deixe descansar por 2 minutos. Esta é a parte mais importante de fazer o risoto perfeito, pois é quando se torna absurdamente cremoso como deve ser. Coma-o mais rapidamente possível enquanto o risoto mantém a sua bela textura.
Até a próxima postagem, que será internacional, o velho continente me aguarda e suas comidinhas de rua que eu tanto adoro e que farei questão de postar para vocês. Um abraço.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Devo, não nego, pago quando puder.

Caros leitores.
Estou extremamente envergonhada pela minha ausência.
Espero voltar em breve.

Até a próxima.

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